segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Orixá Obaluayê


É o Orixá da cura, da sabedoria, da transmutação e da evolução.

Quando se fala em Orixá Oba­luayê e Omulu, algumas dúvidas surgem, e uma delas é: Obaluayê e Omulu são o mesmo Orixá? A explicação é simples: quando os negros vieram da África para o Brasil, como escravos, trouxeram centenas de Orixás (dizem que o número era em torno de 300 a 400), com esse grande número de Divindades percebe-se que alguns atuam no mesmo elemento e com a mesma qualidade, portanto começaram a ser cultuados unidos como se fossem um só, como exemplo encontramos Oxalá e Oba­talá, Oxossi e Ossain, e muitos outros, fato que também aconteceu com Oba­luayê e Omulu. Portanto, encontramos alguns Terreiros onde esses dois orixás são cultuados como sendo o mesmo, mas em outros, são cultuados como sendo Orixás diferentes.

Este Orixá tem muita força e se desdobra em duas vibrações o Obaluayê (velho), chamado de Omulu que representa o sábio, o feiticeiro, guardião, no qual seu elemento é a Terra seca e seu habitat é tudo que está abaixo da terra do cemitério e o Obaluayê (novo) que representa o guerreiro, o caçador, o lutador, cujo seu elemento é a Terra úmida e sua vibração está em tudo que está acima da terra do cemitério. Apesar de falarmos em cemitério isso não quer dizer que esse Orixá seja a morte, Ele “simplesmente” é o Orixá da terra, onde também é chamado de “Rei da Terra”. A Terra é elemento vital para a vida humana de onde se tira a subsistência, é através dela também que se transforma tudo de ruim em elemento fértil, portanto a qualidade TRANSMUTA­DO­RA e a essência EVOLUCIO­NISTA pertencem aos atributos de Obaluayê, além de ser o Orixá da cura, onde a ele é creditado o nome de “Médico dos Pobres”.

Obaluayê é o Orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro. É a Ele que clamamos quando nos sentimos estagnados ou em sofrimento (na dor física, mental, emocional ou espiritual). É a Ele que pedimos ajuda para evoluirmos em espírito ou para sairmos de um nível de entendimento para a sabedoria espiritual.

Muitos associam o divino Obaluayê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluayê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa. Portanto, Obaluayê (Omulu) não é o Orixá da doença e nem é a peste, pois é Ele quem nos cura dos males, é Ele que nos ajuda na Evolução, na Transformação e nas Passagens, sendo assim, devemos respeitá-lo, amá-lo e venerá-lo como realmente deve ser.

Data festiva: 17 de Dezembro e 16 de Agosto

Saudação: “Atotô Ajuberú” quer dizer: Silêncio, escutai, hora da devoção.

Símbolo:

Sincretismo religioso: São Lázaro e São Roque

Cores: preto e branco para Obaluayê; preto, vermelho e branco para Omulu; preto e vermelho para Xapanã.

Instrumento: Leguidibá, Xaxará e Brajá de búzios. Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação com a terra, o tronco e o ramo das árvores, transporta assim o Asé (axé) preto, vermelho e branco. Está relacionado com o axé preto (terra), contido no segredo do “ventre fecundado” e com os espíritos contidos na terra.

Pedra: Turmalina Preta

Ervas principais: Folha de Omulu (canela de cachorro), pariparoba, mamona, cambará, Cravos e crisântemos brancos ou lilás

Oferendas: pipoca feita na areia com fatias de coco regada com mel, água mineral ou vinho tinto, flores e vela brancas.

Ponto de força: cemitério “calunga pequena”, mar “calunga grande” e caverna.

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